terça-feira, 9 de novembro de 2010

Samarcanda

A História é um interminável tratado sobre o exercício do “poder”.
Poderes de natureza diversa, manipuladores, cínicos, destruidores.
Fui muito sensível a esta Samarcanda que Amin Maalouf me oferece como se fossem várias sobrepostas no mesmo espelho.
Homens que matam (com armas ou leis) em nome do território, da religião, da moral e dos bons costumes e “outros” que resistem pelo saber, pelo pensamento e pelos afectos.
Samarcanda, a história da Pérsia do séc. XI ao séc XIX, faz contraponto ao mito da sociedade ocidental dita civilizada onde o poder instituído sempre se ingere e de igual modo reprova ou reprime, à sombra de uma qualquer ordem económica, política ou crença, a dignidade, a liberdade religiosa, cultural e intelectual de outrem.
Amei Omar Khayyam, pelo fascínio da poesia e dos afectos.
Achei motivadora a afirmação dos seus valores da liberdade intelectual e espiritual e esclarecedora a inteligência, cultura e influência das mulheres (Djahane e Chirine) tema transversal às épocas descritas.
Soberba a escrita de Amin Maalouf.

Vale a pena ver o trailer do filme sobre a vida de Omar Khayyam em:



Augusta Marques

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